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Deuses
Vegetarianismo: estilo além do prato
“Comer ou não comer carne?” Para muitos esta pergunta define o vegetarianismo. As histórias e os motivos pelos quais os indivíduos abrem mão dessa proteína são diversos. A compaixão para com os animais – seres, assim como nós –, é a mais defendida.
Por Beatriz Recco e Joyce Gomes
No caso da estudante Beatriz Ribeiro Montin, de 19 anos, essa dieta lhe foi imposta antes mesmo de vir ao mundo. Ela conta que certos alimentos eram rejeitados pelo corpo da mãe quando Bia ainda ocupava sua barriga.
Nasceu com intolerância à lactose e teve de recorrer a uma nutricionista para descobrir como substituir o leite por algum outro alimento, o tanto quanto nutritivo. Ao longo dos anos, para alívio dos pais, sua intolerância foi diminuindo. Hoje ela pode beber leite ou ingerir seus derivados - apesar de ainda passar mal algumas vezes quando o faz.
Foi com exatos dez anos de idade que ela decidiu, dessa vez por conta própria, abraçar o vegetarianismo. “Um dia eu fui ao supermercado e prestei atenção no açougue - atenção até demais. Passada a compra no caixa, eu virei para minha mãe e anunciei que a partir daquele momento eu seria vegetariana. Minha mãe quase enlouqueceu - como decidir restringir sua alimentação a frutas, grãos e vegetais?”, conta a estudante.
As restrições da dieta
A preocupação quanto a alimentação reascendeu. E teve início a busca frenética por um nutricionista que apoiasse a causa de uma jovem em fase de crescimento, que estava prestes a abdicar de nutrientes importantíssimos para o um desenvolvimento saudável. Seu objetivo inicial era ser vegana, mas por conselho médico decidiu esperar.
Para aqueles que duvidam da qualidade dessa dieta, o estudante de nutrição, Guilherme Ferreira, de 21 anos, explica: “A carne é uma fonte muito boa de proteína, porque possui alto valor biológico, então ela é muito bem absorvida e tem todos os aminoácidos essenciais para o organismo. Porém, apesar das proteínas vegetais serem menos completas, a junção de certos cereais e leguminosos com a junção do arroz e feijão e o acréscimo de alimentos como a soja e quinoa - e para vegetarianos que consomem leite e derivados - já seria uma proteína de boa qualidade e necessária para manter a saúde e a qualidade da dieta”, ele acrescenta.
O estudante ainda explica que a dieta vegetariana tem por benefício um consumo maior de alimentos vegetais e integrais, que são de grande importância para o funcionamento do organismo, além do baixo teor de gorduras saturadas. Contudo, alguns nutrientes presentes na carne, como vitamina B12, ferro, zinco são encontrados em menores quantidades nas fontes de origem vegetal. “Este fato seria um dos principais pontos negativos. Mas com a suplementação e exames periódicos para assegurar a saúde de quem opta por esse estilo, é uma dieta muito saudável para ser seguida”, conta o futuro nutricionista.
De olho na saúde
Vale lembrar a importância do acompanhamento médico, pelo menos no início da dieta - momento de adaptação do corpo. “Por uns dois anos, frequentei regularmente a nutricionista - depois que pegamos a manhã da dieta, deixamos de consultá-la. Faz bastante tempo que não vou a uma nutricionista, mas meus testes de sangue dizem que eu estou saudável”, conta Beatriz.
Já para aqueles cuja única preocupação é a qualidade e o gosto do alimento ingerido, Bia dá algumas dica: “Meus restaurantes preferidos são o Apfel e o Gopala Madhava, ambos da região da Paulista. Como faço Unicamp eu moro em Campinas e acabo comendo bastante em casa; descobri recentemente que berinjela é muito versátil, o que a torna um dos meus ingredientes favoritos, enquanto meu prato preferido é batata recheada com brócolis”, finaliza.
Se interessou? Visite:
Apfel
Rua Dom José de Barros, 99 – Centro – São Paulo – SP
(11) 3256-7909
Gopala Madhava
Rua Antônio Carlos, 413 – Consolação – São Paulo - SP
(11) 3253-3844
