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I'd like to buy the world a coke! 

 

Por Caroline Poltronieri e Vivian Shintate

 

        Alguns amam como se fosse a oitava maravilha do mundo. Outros odeiam como se fosse veneno. Alguns dizem que pode ser usado para desentupir pia, tirar manchas e até como repelente de insetos. Há quem consuma como energético ou remédio para pressão baixa. Há quem diga que prejudica e corrói os ossos. E quem nunca viu um dos milhares de experimentos na internet da velha e conhecida mistura com a bala Mentos?

 

        O fato é que não importa se você critica ou defende, a Coca-Cola há muito tempo deixou de ser só uma bebida. Carrega em seu nome um incontável número de histórias e boatos, de significados e referências. É o refrigerante que se tornou um refrigerante à parte do restante, sendo sua marca por si só uma bebida própria.

 

       Tudo começou em 1886, em Atlanta, nos Estados Unidos,

quando o químico John Pemberton fez uma mistureba de ingredientes

farmacêuticos e adicionou água com gás, criando um tônico que

melhorava a disposição e era vendido em farmácias por apenas U$ 0,05.

Na época, a média de vendas era apenas nove copos por dia. Cinco anos

depois, a empresa foi comprada por Asa GriggsCandler por 2.300

dólares. O empresário investiu alto em publicidade, distribuindo luminárias,

relógios, calendários e outros produtos com o – atualmente – famoso logo

vermelho e branco. Foi sob sua gerência que a nova identidade da marca

foi criada, com a garrafa em formato de cacau, devidamente patenteada e

reconhecida hoje em dia no mundo inteiro. Graças a Candler a bebida se

tornou popular, com várias outras fábricas sendo construídas por toda a

América do Norte.

 

       Em 1919, a marca foi comprada por Ernest Woodruff por 25 milhões de dólares. Quatro anos depois, seu filho, Robert Woodruff, assumiu a presidência e ficou no cargo por 60 anos. Ele expandiu a empresa para o mundo todo, revolucionando a distribuição, as embalagens, e moldando a marca pela forma como a conhecemos hoje.

 

       A fórmula da coca-cola se mantém em segredo por mais de um século, e certamente continuará assim por mais alguns. Contudo, há um ingrediente em especial que é conhecido e que gera polêmica até os dias de hoje: a folha de coca. A planta, encontrada nos Andes e descoberta pelos incas, possui efeitos analgésicos e até o final do Século XIX era muito utilizada pela indústria farmacêutica. No início do Séc. XX seu uso começou a ser restringido, e a empresa passou a desassociar a bebida da planta. Para a fabricação da coca-cola, era usado o extrato da folha de coca, que mantinha pouco dos efeitos da cocaína (cerca de 0,1%). Em 1929, foi possível retirar toda a substância proibida da droga, e só então a bebida ficou comprovadamente livre de seus efeitos.

 

        A Coca-Cola também marcou momentos de relevância social. Em 1971, a campanha publicitária “Hilltop” defendia a igualdade racial, com um comercial em que pessoas de várias etnias diferentes cantavam uma música cujo um dos versos era “gostaria de comprar uma Coca para o mundo e fazê-lo companhia”, em um período em que o tema ainda era bastante delicado, especialmente nos Estados Unidos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

         

           

           A figura do Papai Noel como um velhinho de roupas vermelhas também

acabou sendo associada à Coca-Cola, embora a mesma forma de representação já

tivesse sido utilizada anteriormente. Podemos citar também os minicraques da

Copa e os ursos polares que ficaram marcados associados à marca.

 

          Atualmente, a Coca-Cola é uma das bebidas mais consumidas em todo o

planeta. É a marca mais reconhecida e estimada como a mais valiosa no mundo

inteiro. Como já dito, se tornou uma bebida que vai muito além do líquido gaseificado

preto. É uma história de empreendedorismo, uma trajetória de crescimento, um

símbolo. Se tornou, em seus 129 anos de existência, um ícone mundial.

 

Propaganda de 1930, primeira da Coca-Cola a utilizar o Papai Noel

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