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Receita do sucesso: hamburguerias driblam crise e conquistam clientes

 

Por Teo Cury e Victor Onofre

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Muitos paulistanos estão deixando de sair de casa para comer em restaurantes tendo em vista a situação econômica atual do país e as contas caras de cada refeição na rua. Como comer fora está cada vez mais caro, as hamburguerias passaram a ser uma das melhores opções para quem quer comer bem sem prejudicar o bolso.

 

Foi pensando nisso que os irmãos Stephano e André Tarantino e o amigo Marco Daige criaram o Vinil Burger. “Queríamos o melhor hambúrguer possível por 20 reais, mantendo o DNA de rua, sem garçom, algo mais humano”, disse Stephano, de 23 anos. A hamburgueria está na 29ª colocação no ranking das melhores de São Paulo organizado pelo Guia do Hambúrguer.

 

Na hamburgueria, o cliente escolhe como que montar seu sanduba, que sai por 20 reais, e tem a opção de pedir uma porção de batata frita que acompanha um molho de maionese e de ketchup caseiros, que sai por 9 reais. “Eu ainda pedi um refrigerante e tudo saiu 33 reais”, contou a cliente que estava com os amigos na fila aguardando para retirar o lanche.

 

“A gente sabe que o país está vivendo dias difíceis, mas não estamos sofrendo aqui no Vinil, não. Só crescendo. Estamos hoje com uma saída de 10 mil hambúrgueres por mês”, explica Tarantino.

 

Os três amigos investiram 200 mil reais na criação da loja e em menos de um ano

conseguiram reaver todo o dinheiro investido. Investir em operação – A fase também é

boa para o Z Deli Sandwich Shop, eleita este ano a melhor hamburgueria da cidade.

“Aqui, na loja de Pinheiros, temos hoje uma média de 600 pessoas por dia durante a

semana e de 800 por dia no final de semana”, contam os sócios Julio Raw e Bruno Mester.

 

Os proprietários, que investiram 1 milhão de reais na loja da Francisco Leitão, contam que

os negócios vão muito bem. Neste ano, a ideia dos sócios é de aveludar a operação.

“Vamos investir em operação e equipamento para facilitar o trabalho dos nossos

funcionários”, conta Raw.

 

A cozinha de 80 metros quadrados, localizada parede –parede com a lanchonete, vai virar uma padaria para fazer os pães dos lanches. “Nossa nova cozinha vai ter 200 metros quadrados e é onde será feita a maioneses, as batatas e os hambúrgueres”, conta Raw. E é nos ingredientes caseiros que as hamburguerias conquistam seus discípulos.

 

Crise não; falta de água, sim – O Holy Burger, a mais nova sensação entre as hamburguerias da cidade, não está sofrendo com o cenário econômico atual, mas, sim, com a falta de água na capital. Localizada na Rua Doutor Cesário Mota Junior, perto do Cemitério da Consolação, a lanchonete sente diariamente a crise hídrica que afeta diretamente inúmeras residências e estabelecimentos de São Paulo.

 

“Não estamos sentindo o clima econômico atual, não. Estão caminhando bem, nosso fluxo está alto. Mas falta água duas vezes por semana aqui”, explica Marcus Vinicius, um dos três sócios do Holy. “Todos os nossos copos são descartáveis”, conta.

 

A estudante Ana Vazzola conta que na vez em que foi ao Holy não havia água nos banheiros. “Como não tinha água na casa, fui ao bar do lado, onde eles disponibilizaram o banheiro”, conta a estudante, que apesar da falta de água na lanchonete, gostou do serviço.

 

Dízimo – A ideia da hamburgueria começou a ganhar forma quando Marcus e mais dois amigos decidiram vender hambúrgueres para arrecadar fundos para dois projetos sociais da Igreja Batista da Liberdade. No final de novembro do ano passado, os sócios investiram 300 mil reais para abrir a lanchonete.

 

“Destinamos hoje 10% do que arrecadamos ao Um Novo Tempo, projeto social que ensina futebol, ballet e circo a mais de 100 crianças aos sábados, e ao Extreme Impact, que dá aulas de hip-hop, artes e skate para a criançada”, conta Marcus Vinicius.

De acordo com ele, a casa recebe uma média de 250 pessoas por dia durante a semana e de 500 pessoas por dia durante o final de semana, com cada uma gastando, em média, 45 reais.

 

Crise não é o vilão – Para Danilo Tanaka, criador do Bike Burguer, a fase é boa. “Estamos no nosso auge, no começo do ano, vendíamos 100 hambúrgueres por dia. Depois, dobramos essa quantidade e resolvemos manter nos atuais 200 hambúrgueres por dia”, explica. Tanaka decidiu se limitar a essa quantidade “para não forçar na qualidade”.

 

“É um número legal, é uma quantidade bem bacana para nós. São mil hambúrgueres por semana”, conta.

O tíquete médio (valor aproximado gasto por cada cliente) do Bike Burguer varia de 15 a 20 reais. “É um hambúrguer bom, barato e com um preço justo”, enfatiza Tanaka.

 

A situação econômica atual não interfere no movimento da hamburgueria, que fica estacionada na Alameda Rio Claro. “Meu maior vilão é o clima. Quando chove ou faz frio sentimos uma diminuição no número de clientes”, explica.

Tanaka cansou de trabalhar como fotógrafo em uma editora. Depois de largar o emprego e vender o carro para comprar o apartamento com a esposa, restou-lhe apenas a bicicleta na garagem. A partir daí, começou a trabalhar e se locomover pela cidade de bicicleta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na nova casa, ele e sua esposa começaram a fazer hambúrgueres para os amigos. “Em meio a isso, a Lei de Comida de Rua estava em fase de aprovação e começamos a fazer hamburgadas em feiras uma vez por mês para ver se dávamos conta”, explica. Assim que a lei foi aprovada, Tanaka decidiu entrar no ramo e investir 30 mil reais em um projeto totalmente novo. “Eu mesmo fiz o desenho do protótipo e depois de três meses, estava com a bike”, conta.

 

No futuro, Tanaka pensa em abrir uma loja física para destinar uma parte da receita para uma ONG de incentivo a bicicletas populares de qualidade. “Mas ainda é só uma ideia, porque, para isso, teríamos que ampliar o cardápio, contratar funcionários e pagar aluguel, o que faria com que o custo dos sanduíches aumentasse”, explica.

 

Crise, sim – Diferentemente dos outros restaurantes, Gilson de Almeida, dono do Na Garagem, diz que a má fase econômica do país impactou um pouco o movimento de seu empreendimento.

 

Com aproximadamente 12 lugares, a hamburgueria artesanal, situada em uma ruela de paralelepípedos, entre dois prédios pequenos, em uma travessa da Pedroso, tem hoje uma média de 80 pessoas por dia. De acordo com Almeida, esse número caiu. “No ano passado, eram 100 pessoas por dia”, conta.

 

O público, segundo o proprietário, é abrangente. “Recebemos famílias, jovens e crianças.”

No restaurante, de um ano e oito meses e que custou a Almeida 150 mil reais, o sanduba mais barato sai por 19 reais e o mais caro, por 20 reais.

ZDeli

ZDeli

Vinil

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